Horta Sustentável, Público Infantil e Publicidade
Horta sustentável para o público infantil promove mais consciência sobre os alimentos saudáveis e garante mais segurança alimentar aos pequenos.
O fato de fazer com que as crianças tenham proximidade com a vida dos alimentos, conheça seus benefícios, encontrados inclusive nas cascas , o contato direto a partir do toque, da preparação da terra, do plantio, da rega, da espera por ver o fruto nascer, é, sem dúvida, o maior incentivo que uma criança pode ter sobre segurança alimentar.
E segurança alimentar é hoje um sinônimo “forte” de saúde e qualidade de vida !
A lista de “bandidos ou vilões”, disfarçados de heróis em ** propagandas de dar água na boca ** é extensa.
Produtos industrializados de todo tipo, açúcar em excesso, gorduras, frituras,refrigerantes…e assim vai! Isto sem contar que, grande parte desta lista conta com um ingrediente ” já bem conhecido” e muito prejudicial à saúde: os “ Transgênicos”.
Mas a boa notícia é que muitos estudos já demonstraram que este tipo de contato com a comida “natural” estimula este público a ter vontade própria para escolherem por alimentos saudáveis.
Ano Internacional do
Entendimento Global pela UNESCO
Promovido pelo Conselho Internacional de Ciências, o Conselho Internacional das Ciências Sociais e o Conselho Internacional de Filosofia e Ciências Humanas, 2016 foi proclamado Ano Internacional do Entendimento Global pela UNESCO.
O objetivo central da celebração é a promoção de um melhor entendimento sobre o impacto global das ações locais para estimular políticas inovadoras que respondam aos desafios globais, como por exemplo, as alterações climáticas, a segurança alimentar ou as migrações.
As sociedades necessitam de um entendimento global para gerirem a mudança de forma sustentável.
O modelo dominante, que favorece a cultura do ter, do lucro e da exploração sem limites da natureza, essa prática irá levar o nosso planeta ao desastre: é urgente promover novas atitudes no cotidiano que encontrem as suas raízes numa cultura do ser, como fundamento de uma harmonia com o ambiente no seu sentido mais amplo.
O desenvolvimento sustentável é um desafio global, mas atingi-lo requer uma transformação do local – a forma como cada um de nós vive, consome e trabalha.
Norteados pelo tema, as turmas do Mini Maternal e Maternal I, trabalharam a horta sustentável e a segurança alimentar.
Abordando os temas da qualidade de vida e da sustentabilidade familiar.
De modo que nossas crianças, que constituem as gerações futuras, cresçam e saibam produzir seu próprio alimento, vindo do quintal de casa.
Que nossa introdução ao plantio possa servir de catalisador para a cooperação interdisciplinar nas práticas sociais e promover a tomada de consciência da
capacidade e das responsabilidades individuais relativas às decisões cotidianas.
Carolina Braga – Mãe, professora e “apaixonada” por pedagogia!
Imbuída em “semear” práticas humanitárias e sustentáveis “ e ainda, promover mais consciência sobre a importância da segurança alimentar para os seus alunos, a pedagoga Carolina Braga e sua turma de professores do Colégio São Sabas, em São Paulo, desenvolveram um “projeto” que merece entrar para o cenário social das escolas que pensam o futuro – com atitude e diversidade!
Para surtir um efeito verdadeiro para as crianças,
não basta plantar apenas na escola.
Esta cultura precisa criar raízes dentro família,
em seu dia a dia,
e principalmente, em seus hábitos!
E foi exatamente isso que os professores fizeram ao implantar este projeto!
Nosso Foco: Uma das dificuldades em não se cultivar alimentos em casa é a questão do espaço físico. E vocês contornaram esta questão com muita desenvoltura e criatividade. Tanto na escola, como para “dentro da casa” dos alunos. Conte um pouco sobre esta perspectiva inicial?
Carolina: Na verdade a escola até dispunha de um espaço físico para que fosse realizado o plantio, mas como a ideia era realmente que as famílias pudessem plantar na própria casa, mesmo morando em apartamentos, onde não dispunham desse espaço, resolvemos plantar em bacias, panelas velhas, banheiras de bebê, vasos ou qualquer recipiente que estivesse disponível. Justamente para dar a sugestão de que qualquer casa pode ter sua hortinha orgânica e sustentável.
Nosso Foco: E como as famílias reagiram diante da proposta de levarem uma “horta sustentável” para dentro de suas casas?
Carolina: Essa foi a questão mais bacana do projeto. As famílias aceitaram com muito carinho participar do plantio num sábado de manhã.
Trazendo a família para a escola, pudemos estender o aprendizado para além da sala de aula.
Foi um dia delicioso com café da manhã, plantio, criação de laços e vínculo com o aprendizado dos filhos.
Mandamos também sementes para casa, antes das férias de julho, em setembro, as famílias devolveram as sementes já brotando.
O registro em casa foi feito com fotos da família cuidando das plantas. Foi fantástico.
Nosso Foco: Imaginando a reação dos “verdadeiros heróis neste projeto”, como foi o envolvimento da criançada?
Carolina: As crianças receberam o projeto com entusiasmo, a professora de outra sala deu continuidade criando outro projeto sobre alimentação saudável. Dentre as atividades culinárias que foram realizadas, os alunos puderam aprender a fazer e experimentar bolo de alface e suco de agrião dentre outras receitas.
Meus pequenos, que tem entre um e dois anos, pegavam nas folhas de manjericão e hortelã e cheiravam.
Alguns queriam comer direto do vaso e precisamos ensinar como fazer a higienização dos alimentos.
Um trabalho foi puxando o outro. Incorporamos durante a exposição, o reaproveitamento de materiais e construímos sofás de palet, fizemos cachepôs de pneu que foram pintados pelos pais, uma estante usando uma escada velha, plantamos até em botas de borracha.
Nosso Foco: Diante do emprego de uma pedagogia interdisciplinar neste projeto, como você considera a importância de estabelecer uma “conexão segura” para a Segurança Alimentar dos pequenos, quando nos deparamos todos os dias com uma grande vilã: A Publicidade Infantil?
Carolina: Estabelecendo um trabalho sólido e relações concretas entre família e escola há muita possibilidade de sucesso. Notamos a nítida mudança na alimentação infantil com o passar dos anos. Na medida que crescem passam a rejeitar certos alimentos. É aí que deve entrar a parceria da escola com a família.
Em especial na educação infantil, pois é nos primeiros momentos da vida que firmamos o bom costume alimentar.
Hoje vejo muita propaganda perigosa. Mas vejo também , maior preocupação da sociedade em relação a isso. O que me deixa feliz e me faz estar certa de que temos futuro na Educação !
Agradecimentos
Pais, professores e profissionais de saúde, muita atenção, pois a pilha de estudos acadêmicos que já existe sobre o efeito prejudicial do marketing de alimentos, dirigido ao púbico infantil: é tão gigantesca como indiscutivelmente, preocupante!
O que não faltam são anúncios publicitários que fazem de tudo para atrair à atenção deles.
Quer ver?!
Faça um teste: ligue a TV
e tente contar quantos anúncios publicitários
são veiculados em 10 minutos.
E hoje – faltam campanhas informativas do governo, mais hortas nas escolas ,nos lares, nos parques e restrições mais severas para a publicidade infantil.
Confira no documentário Abaixo: Criança, a Alma do Negócio
Considerada por muitos especialistas como uma das responsáveis por causar esta epidemia!
Esta publicidade infantil “disfarçada com heróis” está afetando o comportamento deste público de forma persuasiva e elevando, ano após ano, o índice de obesidade infantil nos pais.
Para Ivana Silva e Cássia Nunes da FioCruz, a obesidade não é mais apenas um problema estético, que incomoda por causa da “zoação” dos colegas.
O excesso de peso pode provocar o surgimento de vários problemas de saúde como diabetes, problemas cardíacos e a má formação do esqueleto.
Cerca de 15% das crianças e 8% dos adolescentes sofrem de problemas de obesidade, e oito em cada dez adolescentes continuam obesos na fase adulta.
As crianças em geral ganham peso com facilidade devido a fatores tais como: hábitos alimentares errados, inclinação genética, estilo de vida sedentário, distúrbios psicológicos, problemas na convivência familiar entre outros.
As pessoas dizem que crianças obesas ingerem grande quantidade de comida.
Esta afirmativa nem sempre é verdadeira, pois em geral as crianças obesas usam alimentos de alto valor calórico que não precisa ser em grande quantidade para causar o aumento de peso.
Como exemplo podemos citar os famosos sanduíches (hambúrguer, misto-quente, cheesburguer etc.) que as mamães adoram preparar para o lanche dos seus filhos, as batatas fritas, os bife passados na manteiga são os verdadeiros vilãs da alimentação infantil, vindo de encontro ao pessoal da equipe de saúde que condenam estes alimentos expondo os perigos da má alimentação aos pais onde alguns ainda pensam que criança saudável é criança gorda.
As crianças costumam também imitar os pais em tudo que eles fazem, assim sendo se os pais possuem hábitos alimentares errados, acabam induzindo seus filhos a se alimentarem do mesmo jeito.
Além da sedutora e massiva publicidade infantil, hábitos familiares também contribuem para que o aumento da obesidade infantil continue avançando nos índices do IBGE.
Pais, mães e responsáveis exercem influência direta sobre a alimentação das crianças e podem ajudar ou atrapalhar no ganho de peso dos filhos.
“Mudança para hábitos alimentares saudáveis
e a fiscalização da publicidade infantil, pelos pais,
educadores e sociedade,
devem ser adotadas se quisermos cultivar
uma segurança alimentar
desde cedo a estes pequenos! “
“Se começarmos a introduzir a educação alimentar
nos nossos filhos desde cedo,
quando eles chegarem no ensino médio,
vai ser bem difícil dizerem
‘eca’ para comidas do bem”
Cheryl Rosa – Voluntário do projeto “ O Food Explorers “ em Minneapolis
Conheça – Consulte – Denuncie
O Criança e Consumo tem como objetivo divulgar e debater ideias sobre as questões relacionadas à publicidade de produtos e serviços dirigida às crianças, assim entendidas as pessoas de até 12 anos de idade, bem como apontar meios de minimizar e prevenir os prejuízos decorrentes dessa comunicação mercadológica.
E você, possui uma experiência Interessante?
Conte a sua história pra gente.
Achei maravilhoso o trabalho da pedagoga Carolina Braga!
O mundo precisa de profissionais amorosos como ela.
Não imaginava que a educação ambiental poderia ser tema para inclusão de crianças tão pequenas!
PARABÉNS!!!