Pesquisa Relaciona uso de Agrotóxicos a Obesidade e Diabetes
Pesquisa relaciona uso de agrotóxicos a obesidade e diabetes. Investigação feita pelo Instituto de Saúde de Nova Friburgo (ISNF) tem como objetivo avaliar se os agrotóxicos utilizados no Brasil possuem potencial obesogênico, ou seja, se podem induzir o acúmulo de gorduras no organismo
Rio – O Instituto de Saúde de Nova Friburgo (ISNF) está realizando uma pesquisa que estuda possíveis ligações entre agrotóxicos utilizados no Brasil e o desenvolvimento da obesidade e outras doenças relacionadas, como a diabetes.
A coordenadora do Laboratório Multiusuário de Cultivo de Células e Tecidos animais (LMCT) do Campus de Nova Friburgo, professora Flora Milton, e o coordenador do curso de graduação em Biomedicina do ISNF, professor Leonardo Mendonça, são os orientadores do estudo.
A investigação tem como objetivo avaliar se os agrotóxicos utilizados no Brasil possuem potencial obesogênico, ou seja, se podem induzir o acúmulo de gorduras no organismo. Os pesquisadores selecionaram 10 agrotóxicos que têm seu uso registrado no país, de classes químicas variadas para maior abrangência e veracidade nos resultados. O estudo foi dividido em duas etapas.
A primeira, coordenada pela professora Flora, trata-se das aplicações do produto e avaliações em cultivos de células. Já a segunda etapa, comandado pelo professor Leonardo, concerne os testes em camundongos.
No entanto, por preocupações éticas, a equipe optou por diminuir o uso dos animais na pesquisa, e considerou a necessidade de, primeiramente, entenderem o funcionamento de todo o mecanismo molecular do que vêm verificando para somente, em seguida, fazer uma avaliação mais global através dos animais.
Uma das regras utilizadas na escolha desses pesticidas para a pesquisa foi a aplicação oficial deles na produção nacional. “Um dos critérios utilizados foi o registro no Brasil desses produtos, nós precisamos utilizar as substâncias na forma pura, sem fixadores. Então compramos de uma empresa que comprova essa pureza, para termos a certeza de que é o agrotóxico em si que causa o efeito que estamos verificando. Escolhemos também agrotóxicos de classes químicas diferentes e que são utilizados em maior número de espécies e cultivares. Dessa forma, escolhemos agrotóxicos que têm mais relevância e que podemos, como cidadãos, estarmos expostos”, explica a professora.
Flora conclui apresentando os objetivos temporais do estudo. “A curto prazo esperamos identificar o potencial adipogênico dos agrotóxicos através do estudo em cultura de células.
A médio prazo, avaliaremos se o potencial observado nas células também pode ser observado em camundongos. Os animais representam organismos mais complexos, onde outros fatores com certeza irão interagir com os agrotóxicos. E a longo prazo esperamos estabelecer uma relação do que foi observado no laboratório com os seres humanos”.
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